Especialista apresenta soluções jurídicas com alto índice de fechamentos de acordos extrajudiciais, o que aumenta a possibilidade de clientes continuarem efetuando negócios com empresas
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que a inadimplência alcançou 29,6% das famílias e o endividamento 19,4%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e foram divulgados neste mês. Esta realidade exige uma mudança de hábito não só dos consumidores, mas também dos empresários ao efetuarem a cobrança destas dívidas. Objetivo deve ser evitar a judicialização e manter um bom relacionamento com o consumidor devedor.
De acordo com a advogada especialista em soluções extrajudiciais, Mariângela de Castro, evitar a judicialização pode trazer inúmeros benefícios para a empresa. A orientação é que primeiro o empreendedor procure um escritório de advocacia qualificado para isso. Certifique-se da capacidade que ele possui de solucionar este conflito e estabeleça com ele uma meta do quanto deseja recuperar. “A atual realidade econômica exige uma nova forma de pensar estas cobranças. Especialistas neste segmento têm a capacidade de traçar estratégias jurídicas para reduzir estes valores devidos. Com isso, o cidadão ganha por poder negociar algo sem ir à Justiça e o empresário ganha, primeiramente, na possibilidade de fechar bons negócios, economizando tempo, custas judiciais e evitando o desgaste emocional tanto de um lado quanto para o outro”, explica.
A advogada relata ainda que ao retirar essa cobrança da própria empresa ou da Justiça, o empreendimento fica voltado para prestar seus serviços e vender mais, e ainda voltar a fazer negócios com o cliente, anteriormente, endividado. Já a assessoria jurídica, encontrar as possibilidades de negociar, mediar uma solução célere, observando sempre o contexto de cada um dos devedores. “Isso evita desgastes e aumenta bastante a possibilidade de ser mantido o vínculo entre os dois para futuros negócios. Esta é uma forma de cobrança humanizada”, completa Mariângela.
PESQUISA – Conforme a CNC, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva para as famílias com rendimentos até 10 salários mínimos. Ainda segundo o documento, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa chegou a 79% do total dos lares no Brasil.